Neste triste deserto de esperanças destruídas,
Se, na diferença e apatia
E cruéis exultações quando tantos homens bons,
Sem sabermos como, soçobram
No egoísmo que se disfarça com nomes sedutores
De paz, tranquilidade e amor familiar,
Mas insidiosamente misturado com escárnios
A respeito de espíritos visionários, se nestes tempos
De abandono e desânimo, eu, todavia,
Não desesperar da nossa natureza, mas conservar
Uma crença mais que romana, uma fé
Inabalável, que é em todos os infortúnios o meu apoio,
A bênção da minha vida - este dom é vosso,
Ventos e cascatas sonoras! É vosso,
Montanhas! Teu, ó Natureza! Tu alimentaste
As minhas altas meditações; e é só em ti
Que descubro para o nosso coração ansioso
Um princípio de alegria sempre inabalável
E da mais pura paixão.
in O Prelúdio, trad. Maria de Lourdes Guimarães, edição Relógio D'Água.
Sem comentários:
Enviar um comentário