Entre tu e eu sempre se opõe
por muito que tentemos ignorá-lo,
o antigo costume se dispõe:
<<todo o estranho ardor há que acalmá-lo>>
Entre tu e eu sempre se impõe
a ordem: << Aquele, aniquilá-lo!>>
Assim o nosso amor já pressupõe
a fogueira que virá apagá-lo.
As indomináveis escalas da injúria,
acosso sem fim, morte e olvido,
prisões, fogueiras, isso é amar-te.
Mas o terrível não é a tediosa fúria
que em cinzas nos tem convertido,
o terrível é saber se poderei achar-te.
in Poesia Cubana Contemporânea - Dez Poetas, edição Antígona, 2009.
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