Lá fora há sol.
Não é mais que um sol
porém os homens olham-no
e depois cantam.
Eu não sei do sol.
Eu sei a melodia do anjo
e o sermão quente
do último vento.
Sei gritar até de manhã
quando a morte pousa nua
na minha sombra.
Eu choro debaixo do meu nome.
Eu agito lenços na noite e barcos sedentos de realidade
dançam comigo.
Eu oculto cravos
para escarnecer dos meus sonhos enfermos.
Lá fora há sol.
Eu visto-me de cinzas.
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terça-feira, 30 de julho de 2013
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
A Última Inocência
Partir
em corpo e alma
partir.
Partir
desmoronar os olhares
pedras opressoras
que dormem na garganta.
Tenho de partir
não mais inércia sob o sol
não mais sangue aniquilado
não mais fila para morrer.
Tenho de partir.
Ataca, viajante !
in antologia poética - o correio dos navios
em corpo e alma
partir.
Partir
desmoronar os olhares
pedras opressoras
que dormem na garganta.
Tenho de partir
não mais inércia sob o sol
não mais sangue aniquilado
não mais fila para morrer.
Tenho de partir.
Ataca, viajante !
in antologia poética - o correio dos navios
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