quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Modo de Amar II

Por-me-ás de borco,
assim inclinada...

a nuca a descoberto,
o corpo em movimento...

a testa a tocar
a almofada,
que os cabelos afloram,
tempo a tempo...

Por-me-às de borco;
Digo:
ajoelhada...

as pernas longas
firmadas no lençol...

e não há nada, meu amor,
já nada, que não façamos como quem consome...

(Por-me-às de borco,
assim inclinada...

os meus seios pendentes
nas tuas mãos fechadas.)

in Poesia Reunida, edição D.Quixote, 2009

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