sexta-feira, 25 de julho de 2014

Now I am clean...sometimes...


Clean
The cleanest I've been
An end to the tears
And the in-between years
And the troubles I've seen

Now that I'm clean
You know what I mean
I've broken my fall
Put an end to it all
I've changed my routine
Now I'm clean

I don't understand
What destiny's planned
I'm starting to grasp
What is in my own hands
I don't claim to know
Where my holiness goes
I just know that I like
What is starting to show

Sometimes

Clean
The cleanest I've been
An end to the tears
And the in-between years
And the troubles I've seen

Now that I'm clean
You know what I mean
I've broken my fall
Put an end to it all
I've changed my routine
Now I'm clean

As years go by
All the feelings inside
Twist and they turn
As they ride with the tide
I don't advise
And I don't criticise
I just know what I like
With my own eyes

Sometimes

Clean
The cleanest I've been
An end to the tears
And the in-between years
And the troubles I've seen
Now that I'm clean

Sometimes

You know what I mean
I've broken my fall
Put an end to it all
I've changed my routine
Now I'm clean

Todos os dias saio, sempre em busca de outro caminho


Todos os dias saio, sempre em busca de outro caminho,
há muito interroguei já todos os da terra;
Além dos cimos frescos, todas as sombras visito
E as fontes; erra o espírito para cima e para baixo,
Pedindo sossego; assim foge o bicho f'rido pra os bosques,
Onde outrora ao mei'-dia repousava seguro à sombra;
Mas o seu leito verde já não lhe restaura o coração,
Lamentoso e sem sono o aguilhoa por toda a parte o espinho.
Nem do calor da luz nem do fresco da noite vem ajuda,
E em vão banhas as f'ridas nas ondas do rio.
e assim como debalde a terra lhe oferece a erva alegre
Que o cure, e nenhum dos zéfiros acalma os sangue a ferver,
Assim, queridos! assim a mim também, parece, e ninguém
Poderá tirar-me da fronte o sonho triste?

Sim, também nada serve, deuses da morte! que uma vez
Vós o prendais, e amarreis o homem vencido,
Quando, malvados, o tenhais levado para o fundo da noite horrível

Para então buscar, implorar, ou raivar convosco,
Ou talvez paciente morar no desterro medonho,
E ouvir com sorriso da vossa boca a insípida canção:
"Se tem de ser, esquece o teu bem, e adormece sem ruído!"
E contudo brota no teu peito um som de esperança,
Tu não podes ainda, ó minha alma! inda não podes
Habituar-te, e sonhas no meio do sonho de ferro!
Não é tempo de festa, mas eu queria corar meus cabelos;
Pois não estou eu sozinho? mas algo de amigo deve
Lá longe estar perto de mim, e eu sorrio e espanto-me
De como estou feliz assim no meio da dor."

terça-feira, 8 de julho de 2014

Poema só para Jaime Ovalle


Quando hoje acordei, ainda fazia escuro
(Embora a manhã já estivesse avançada).
Chovia.
Chovia uma triste chuva de resignação
Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite.
Então me levantei,
Bebi o café que eu mesmo preparei,
Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei pensando...
- Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei.

Via blog Acontecimentos

segunda-feira, 7 de julho de 2014

perto de ti as noites teriam sido de ouro


sabes
por vezes queria beijar-te
sei que consentirias
mas se nos tivessemos dado um ao outro ter-nos-iamos separado
porque os beijos apagam o desejo quando consentidos
foi melhor sabermos quanto nos queriamos
sem ousarmos sequer tocar nossos corpos
hoje tenho pena
parto com essa ferida
tenho pena de não ter percorrido o teu corpo
como percorro os mapas com os dedos teria viajado em ti
do pescoço às mãos da boca ao sexo
tenho pena de nunca ter murmurado teu nome no escuro
acordado
perto de ti as noites teriam sido de ouro
e as mãos teriam guardado o sabor do teu corpo
ah meu amigo
estou definitivamente só

Não importa, agora nada importa


Tocas um corpo, sentes-lhe o repetido tremor sob os teus dedos, o cálido andamento do sangue. Observas-lhe o lânguido amolecimento, as suas sombras corporais, o seu desvelado esplendor.

Não há palavras.

Tocas um corpo; um mundo enche agora as tuas mãos, empurra o seu destino. Estira-se o tempo nos pulmões silva como um chicote rente aos lábios. As horas, o instante, detêm-se, extrais aí a tua pequena parcela de eternidade. Antes foram os nomes e as datas. A história tão clara e lúcida de dois rostos distantes. Depois aquilo a que chamas amor, talvez se transforme em promessa arrancada, muro erguido que pretende encerrar aquilo que só em liberdade pode ganhar-se.
Não importa, agora nada importa.
Tocas um corpo, nele te fundes, apalpas a vida, real, comum.
Já não estás só.

A Exaltação da Pele


Hoje quero com a violência da dádiva interdita.
Sem lírios e sem lagos
e sem gesto vago
desprendido da mão que um sonho agita.
Existe a seiva. Existe o instinto. E existe eu
suspensa de mundos cintilantes pelas veias
metade fêmea metade mar como as sereias.

Gonçalo Mira


O meu amor por ti é simples
como beber água das mãos em concha
como os dentes rasgando uma maçã
no arrepio que percorre o corpo.

O meu amor por ti é simples 
como as tardes lentas sobre a relva
como o leite que dança no chá
antes de serem um.

in Fontelo, 2014.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Disappear here*


You can disappear here
Without knowing it
You can disappear here
Without believing it

Leave me alone. Take me with you
Bring me apart, a part from you

Inject your soul
With a milligram of false hope
Write your last loath song

In Moonspell Butterfly Effect, track 8, 1999.
*título relacionado com o romance Menos que zero de Brett Easton Ellis.

Brancos são os rostos


Tenho uma folha branca
                            e limpa à minha espera:

mudo convite

tenho uma cama branca
                            e limpa à minha espera:

mudo convite

tenho uma vida branca
                            e limpa à minha espera.

foto 1


Esqueceria outros
pelo menos três ou quatro rostos que amei
Num delírio de arquivística
organizei a memória em alfabetos
como quem conta carneiros e amansa
no entanto flanco aberto não esqueço
e amo em ti os outros rostos

foto 2

Este livro


Este Livro

Meu filho. Não é automatismo. Juro. É jazz do
coração. É prosa que dá prêmio. Um tea for two
total., tilintar de verdade que você seduz,
charmeur volante, pela pista, a toda. Enfie a
carapuça.
E cante.
Puro açúcar branco e blue.

foto

o beijo


Um rapaz beijou-me ontem à tarde
E o seu beijo era um vinho perfumado
Tão longamente bebi nesses lábios o vinho do amor
que ainda agora me sinto embriagada.

Anónimo - Grécia (séc. I a.c.)
Trad.Jorge Sousa Braga
Via Cris Félix facebook

terça-feira, 1 de julho de 2014

Amor Constante Para Além da Morte


Pode fechar-me os olhos a derradeira
sombra que de mim leva o branco dia,
e livrar de tudo o que prendia
a alma ansiosa, a hora que se abeira;

mas não deixará na margem da ribeira
a memória dos sítios onde ardia:
minha chama nada na água fria
e a dura lei enfrenta altaneira.

Alma de que todo um deus foi prisão,
veias onde tanto fogo foi gerado,
medulas em gloriosa combustão:

o corpo deixará, não seu cuidado;
cinzas hão-de ser, mas com coração;
serão pó, sim, mas pó apaixonado.

in Os dias do Amor