sábado, 17 de dezembro de 2011

Entre tu e eu sempre se opõe

  Entre tu e eu sempre se opõe
por muito que tentemos ignorá-lo,
o antigo costume se dispõe:
<<todo o estranho ardor há que acalmá-lo>>

  Entre tu e eu sempre se impõe
a ordem: << Aquele, aniquilá-lo!>>
Assim o nosso amor já pressupõe
a fogueira que virá apagá-lo.

  As indomináveis escalas da injúria,
acosso sem fim, morte e olvido,
prisões, fogueiras, isso é amar-te.

  Mas o terrível não é a tediosa fúria
que em cinzas nos tem convertido,
o terrível é saber se poderei achar-te.

in Poesia Cubana Contemporânea - Dez Poetas, edição Antígona, 2009.

Sem comentários: