terça-feira, 20 de dezembro de 2011

José Tolentino Mendonça

Quando se viaja sozinho
pelas imagens que perduram
as evocações ganham um modo tão real
A mancha ténue dos arbustos
indica um caminho para o regresso
que nunca há
o mar ficou de repente perto
sobre esta praia travámos lutas
para as quais só muito depois
encontramos um motivo
era à pedrada que nos defendíamos
do riso mais inocente
ou de um amor

Mas aquilo que nunca esquecemos
deixa de pertencer-nos e nem notamos

Estamos sós com a noite
para salvar um coração

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