Eu era de terra quando me procuraste,
estranho à franqueza dos teus modos, baço
para os teus sentidos.
Parávamos o carro num beco qualquer,
queimávamos o rastilho das palavras
até ao deserto onde dávamos as mãos.
Lá fora, a realidade era o espaço inteiro
deitado nos vidros, o mundo caído
para dentro do silêncio.
Gastávamos depressa o tempo, perdidos
no nosso único mapa,
nenhum sinal de mudança no regresso a casa.
in Super Realidade, edição Língua Morta, Dezembro de 2011.
Poema retirado daqui.
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