Não temos muito tempo para amar.
A luz vai desaparecendo.
As coisas que amamos são as mesmas
que em breve perderemos.
Os piores vestidos são os que
diariamente se vão usar.
Os teus cabelos já te vi pentear,
em silêncio - íntimo,
escuro e caloroso.
Tentaria tocar-te num braço,
mas escolhi não o fazer.
Podia, mas não quis, quebrar
aquilo que se mantém imóvel.
(O mais ténue suspiro
quase seria um estridente grito).
Por isso, os momentos passam
como se quisessem ficar.
E não temos muito tempo para amar.
Uma noite. Um dia...
in Alguns Poemas, edição Língua Morta (010), 2011.
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