fala-me dos arcos de céu
onde infinitos pequenos astros
se rebolam sobre a pureza
do teu rosto. fala-me dos tes olhos,
da paisagem que inventam no luar de azul
onde se adivinham os dias e se pressente
o ligeiro vibrar do novo amor em semente.
escutarei, e das tuas palavras vou tirar
outras que não são para dizer, que trazem
nos lábios o mais íntimo segredo disso que é real,
disso que ignora as paredes do olhar e em tudo
desenha o tão doce horizonte que somos em nós.
mudo ficarei suspenso da tua voz sem saber
ao certo se é verdade ou mentira, se se pode
de facto criar um rosto que nos mostre por completo,
como a pele mostra a mão, a água o beijo,
sem saber se este sangue e esperança
será suficiente para te encontrar
no rebolar dos infinitos pequenos astros.
in Um mover de mão, ed.Assírio & Alvim.
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