Noites. Demasiadas noites,
sobre um cinzento repleto
onde os nomes dos amigos que
não tinhas deixaram de caber.
E, no entanto, parecia tão fácil.
O acaso de uma boleia
que te pusesse à mercê de um charro
e das piores companhias.
Quase gostavas do abandono
que cerzia solidão,
entre esses que bebiam
por cima de escuros degraus,
parados num arco como nunca viste.
Desceste, voltas a descer com eles,
para a mesma áspera certeza.
Nomes que naufragavam,
evocações inúteis. A casa
que mais querias foi sempre essa:
o esquecimento.
in A Última Porta - Antologia, Assírio & Alvim, 2010.
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