Enquanto, perverso, rias
Tu fizeste o que podias
Para eu deixar de te amar;
Tornaste as noites vazias
E, não fosse eu querer esperar
Anoiteceste os meus dias
Inventaste mil pecados
Que eu não tinha cometido / *Mil mentiras sem sentido*
Desmanchaste os meus bordados
E retalhaste o vestido / Com que eu me tinha casado
Como bem sabes agora
*E hás-de sentir vida fora* / Tanto mal era escusado
Se te querias ir embora
Não ganhaste com a demora / Senão partires mais culpado
Não nego que em doeu
Mas juro que até á data / A dôr de nada valeu
O amor não se desata
E a tua paixão morreu / Mas a minha não se mata
Poema de Maria Do Rosário Pedreira.
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